sexta-feira, 3 de maio de 2013

COLESTEROL coitado, não é responsável por NADA!


(este texto foi retirado do site "Uma Outra Visão" do Prof. Dr. José Carlos Brasil Peixoto)


Talvez o maior de todos os culpados das doenças do coração tenha um único nome: colesterol.
Um brilhante artigo do médico e estudioso Ron Rosedale se soma a um importante grupo de cientistas que dizem o oposto do que a grande maioria acredita. O título é para não deixar qualquer dúvida: “O colesterol NÃO é a causa da doença cardíaca.” Uma das melhores revisões sobre o tema é o livro “The Cholesterol Myths” de Uffe Ravnskov. Nesse livro são apresentados dados, um tanto chocantes, sobre como um verdadeiro mestre do ilusionismo médico criou nos anos 50 um dogma científico sobre o coração: tudo é culpa do colesterol e das gorduras saturadas.
Ravnskov debulha todas as pesquisas, analisa-as do ponto de vista da própria estrutura matemática e estatística e chega a resultados que mostram como nosso conhecimento pode ser facilmente moldado conforme os interesses em jogo. Sua análise da pesquisa com populações é muito consistente, e praticamente nos faz supor a ocorrência de uma fraude na exposição dos resultados das mais famosas, como por exemplo a da cidade de Framingham.  

UM GRÁFICO ESTRANHO, UMA ESTATÍSTICA ÚTIL 
Com o correr da exposição dos dados isso nem chega a impressionar o leitor, uma vez que na origem de seu primeiro artigo, datado de 1953, o amável Dr. Keys propunha que a doença do coração teria uma relação como consumo de comida gordurosa. Como ele fez essa assertiva? Simples: colocou num gráfico o consumo total de gordura de seis paises e fez uma relação com as taxas de mortalidade por doença coronariana. O gráfico faz um desenho de imensa proporcionalidade e exatidão (incomum em pesquisas de temas biológicos): quanto mais comida gordurosa mais doença do coração. Esse gráfico seria publicado no prestigiado jornal médico “Lancet” um ano mais tarde




Nesse gráfico, quanto mais se come gordura mais se tem mortes por doença coronariana, a linha horizontal é o total de consumo de calorias provenientes de gorduras, e a linha vertical é o percentual de mortes por doença do coração (fonte: The Cholesterol Myths, março 2003).

Keys usou a estratégia de mostrar dados eloqüentes! No entanto ele teria a possibilidade de colocar nesse gráfico pelo menos 22 países que lhe ofereciam tais informações - consumo de alimento rico em gordura e taxas de mortalidade coronariana. Porque ele não fez isso já que poderia deixar o seu gráfico mais convincente? Porque se ele fizesse isso suas convicções cairiam por terra, (colocando os 22 paises que dispunham de tais informações em um único gráfico, a relação entre consumo de gordura animal e doença cardíaca perde completamente o sentido, visto que há paises que consumem mais gordura e tem menos doença do coração e paises que consumiam menos gordura e tinham mais doença do coração).
Nesse gráfico é mostrado todos os 22 países que dispunha dos dados em questão na época que o Dr. Keys publicou seus estudos. Repare que o país n° 17, Noruega, come tanta gordura quanto os EUA e tem uma mortalidade semelhante a um pais com ótimas taxas de mortalidade como a Itália e a sua dieta mediterrânea! Já o Chile (5) come quase a metade de gordura do que os EUA e tem altas taxas de mortalidade cardíaca (fonte: "The Cholesterol Myths").
Os dados estatísticos que nos ajudam a provar o que queremos provar devem ser extenuadamente mostrados, aqueles que nos contradizem, omitidos.
Ravnskov fez o novo gráfico e mostrou que o primeiro movimento no sentido de incriminar a gordura saturada foi uma demonstração do quanto deturpar a realidade pode ser útil. E esse comportamento será a marca de todos os estudos que viriam a seguir. Os motivos seriam os mais variados. Mas quem lucrou com isso todos sabem: fabricantes de produtos industrializados com pouca gordura, fabricantes de alimentos substitutos como a gordura vegetal, a margarina e os óleos vegetais, os fabricantes de medicamentos que diminuem o colesterol, os fabricantes de sementes que geram óleos, os produtores de agrotóxicos, mega empresas de agro-negócios que destroem florestas para plantar sementes etc. 

CULPA-SE QUEM NÃO PODE SE DEFENDER 
Se alguém de outro planeta ficasse observando o planeta Terra de longe e verificasse os incêndios. Com certeza esse observador iria verificar que quase sempre junto de um evento desse tipo haveria além do fogo, a presença de elementos, que geralmente trajam vermelho, os bombeiros. Como em quase todos os incêndios haveria bombeiros facilmente ele poderia imaginar algo do tipo: “já sei a causa dos incêndios: é pela presença dos bombeiros!” Da mesma forma, a incriminação do colesterol na doença do coração pode ter o mesmo paralelo. Seguindo o rudimentar mas eficiente raciocínio de que se deve culpar quem não pode se defender, acusar o colesterol pode ser uma ótima estratégia de sub-dimensionar a importância do mundo ocidental moderno nessa patologia. O mundo de consumo não pode ter nada a ver com problema. O sofrimento, o stress, o sedentarismo e a ruptura com as tradições alimentares seculares não podem ser incriminadas.   

ESQUECER O PASSADO PODE SER ÚTIL 
Aliás esse item é a nova ordem: desconstituir as tradições alimentares e deixar os povos das cidades a mercê de produtos alimentares sofisticados. Assim o povo do campo perde completamente sua força e o elemento fundamental da quebra de tradições se completa. Um povo sem raízes, e que demoniza suas tradições alimentares é vítima fácil de qualquer sofisma alimentar e compra crenças novas e salvadoras de modo muito fácil. O movimento vegetariano da segunda metade do século XX foi o melhor aliado da corrupção cognitiva que viria a seguir. A industria de alta tecnologia iria usar requintados e pacíficos aliados! Não é a toa que a salvação do homem está sempre do outro lado do oceano! Os orientais são salvos pela economia do ocidente. Os ocidentais são salvos pelos gurus excêntricos de um oriente de tradição incrivelmente ditatorial e misógina. Mas isso é esquecido. A simples faísca da salvação é o mote suficiente para a importação de hábitos que aperfeiçoam um miserável vivente urbano. É muito fácil cumprir os objetivos da sociedade de consumo: reduzir a zero as tradições de uma cultura usando os “intelectuais” como seus principais aliados!
No Brasil é mais “in” fazer rei ki, tai chi, yoga do que praticar capoeira, candomblé ou kuarup. Poucos estudam tradições religiosas dos povos indígenas do Brasil, mas divulgam com prestígio qualquer prática mística além-mar.
Assim apenas povos periféricos, mas inexpressivos, ainda mantém algum genuíno laço com seus antepassados seculares. E talvez alguns puristas “new age” nem gostariam mais que eles existissem, pois vivem em uma harmonia natural com o seu ecossistema, e essa naturalidade pode às vezes ser politicamente incorreta, como os alimentos que podem estar comendo, pois mesmo que ofereçam saúde, não deveriam ser tolerados. 

RACIOCÍNIOS SIMPLISTAS 
No conhecimento do colesterol fica comprovado o quanto é fácil criar uma premissa falsa para se estabelecer uma série de políticas de conduta de saúde que sempre importam na ampliação de formas de consumo. Além do que, a palavra “gordura” se transformou numa espécie de “Maria Madalena” do século XX, e mesmo que a verdadeira compreensão da importância da gordura possa ser mostrada por um aprendizado desprovido de preconceito, não parece ser possível ser modificado a curto prazo.  A preocupação com a obesidade é uma preocupação com a gordura. É uma forma tão pueril de pensar quanto seria afirmar que o fígado é o culpado de uma cirrose. A obesidade e a diabete e outros problemas de saúde podem se manifestar pelo acúmulo anormal de tecido gorduroso. Mas isso é apenas a conseqüência de um conjunto de mazelas que a maioria das pessoas não quer enfrentar. 

UM PAPEL POUCO DIVULGADO 
Rosedale traz uma série de informações em seu artigo e a maioria delas não é segredo, apenas não são devidamente divulgadas, e acaba afirmando que o colesterol é o herói e não o vilão. Ele é parte fundamental da constituição das membranas celulares e dos tecidos em geral. É a parte inicial da formação do mais importante grupo de hormônios: os esteróides. As gorduras são partes fundamentais da formação do tecido nervoso. Nenhum órgão pode desperdiçar colesterol. Nem os intestinos, nem os rins têm permissão para excretá-lo. Há um esforço ativo para preservar a maior parte do colesterol dentro do próprio organismo. Mesmo assim as “forças oficiais da paz e da saúde” dizem em alto e bom tom: - “Temos que baixar os níveis de colesterol!” Em realidade eles estão dizendo: “Temos que diminuir as forças naturais que agem dentro de você!” “Temos que torná-lo uma máquina!” “Temos que torná-lo usuários de drogas que corrompem o funcionamento do seu fígado!” “Mas são drogas do bem! Feitas por gente do bem e por corporações multinacionais que pensam mais na sua saúde do que nos lucros de seus acionistas!”
“Use drogas e diminua a ação do seu organismo contra os produtos da sociedade de consumo, que, afinal, lhe trazem tantas vantagens apesar de lhe trazer doença...Temos os celulares, os shoppings, a gordura vegetal hidrogenada, um leite que não é leite, um chocolate com menos cacau, doces sem açúcar, alimentos que não alimentam, vejam como a nossa sociedade é verdadeiramente a honestidade da natureza na sua melhor expressão!”
A maioria deve entender que é melhor comprar produtos de plástico do que viver como um impertinente indígena, sumbaru queniano ou esquimó, não é verdade?..
Graças a esse “modus operandis” das pessoas das cidades é que ficou fácil e até mesmo interessante crucificar o colesterol. 

MEDICAMENTOS E FATORES DE RISCO 
Assim, o Dr. Rosedale entende que não haverá maior dificuldade para que as empresas que produzem estatinas (remédios que baixam o colesterol como a sinvastatina) ultrapassem à cifra de 26 bilhões de dólares em vendas, fundamentadas na necessidade de baixar as taxas do colesterol em adultos, idosos, crianças e se possível em cães, gatos e passarinhos, o tão baixo quanto possível, algo que só pode ser conseguido como essas drogas. Nem exercícios, nem dietas, nem mudança do estilo de vida, nada poderia dar ao ser humano as taxas preconizadas! Só os medicamentos!
Os estudos sobre doença cardíaca deixaram muito populares as idéias de fatores de risco. Observa-se tudo que está alterado no sentido de um determinado item de observação científica. Descobriu-se que as taxas de colesterol podem estar elevadas em pessoas com doença cardíaca, como também pode ser demonstrado que há mais mortes do coração entre aqueles que têm aparelho de televisão. Estranhamente, culpamos um aliado corporal mas jamais alguém teria a ousadia de advertir: cuidado, nas casas que tem aparelho de TV acontecem mais ataques do coração. Fatores de risco podem precisar ser avaliados também sob mais de uma ótica. (O Dr. Ravnskov diz que há mais de uma centena de fatores de risco ligados a doença do coração, lembrando que geralmente um fator de risco pouco tem a ver com a causa da doença, você pode fumar, ser obeso, não fazer atividade física e não ter necessariamente doença do coração, porque nenhum daqueles fatores pertence ao mecanismo intrínseco GERADOR da patologia.)
Ravnskov defende a idéia de que deve haver algo que leve o colesterol para as regiões afetadas na região interna das artérias. Uma mesma força inicia a lesão e chama o colesterol para lá. Infelizmente um mecanismo que pode não pode ser detido pela ação reparadora de nosso mais importante constituinte corporal.
 Por outro lado Rosedale afirma que essa idéia fixa de que o colesterol seria a causa principal da doença do coração, que desafiou os últimos 15 anos das ciências médicas oficiais, impediu que se tomem atitudes mais responsáveis sobre as reais causas de inflamação das membranas internas das artérias, cujo dano seria causado por açúcares como a glicose e a frutose (por glicação, um processo bioquímico, não dependente de enzimas, que gera produtos finais - chamados de AGEs - que estão ligados à uma série doenças crônicas) resultando na placa que reduz ou obstrui as coronárias mais tarde. A oxidação de pequenas lipoproteínas, associado a um aumento de radicais livres, também deve estar diretamente envolvida nessa patologia. 

UMA BIOLOGIA ESQUECIDA 
E o colesterol, o que ele tem a ver com tudo isso? Bem, preservar a biologia e a natureza do corpo humano não tem sido a filosofia que fundamenta as ciências e o poder constituído desde o início dos tempos da civilização. O melhor controle que se pode ter sobre as pessoas é prová-las que somente sua cumplicidade com um sistema de poder pode lhe salvar. E como as pessoas comuns pouco ou nada sabem a respeito de como funciona seu corpo e a natureza como um todo harmônico, fica cada vez mais fácil, agora com uma tecnologia obviamente alienante, manter o homem comum refém do capitalismo médico-científico. Afinal, depois de se criarem fortes conceitos no senso comum, vai demorar muito, muito tempo para que o olhar de um indivíduo seja perspicaz através do conjunto de meias verdades que essa confusão criou. As pessoas acreditam piamente que a TPM é causada pela menstruação, ou que a menopausa é um problema, que diabete é provocada pelo aumento de glicose no sangue, ou que o flúor é fundamental para a saúde da boca, entre centenas de equívocos sobre a saúde.
No entanto, todas essas crenças são de extrema utilidade para uma verdadeira indústria de superconsumo de produtos, que seriam totalmente desnecessários se o homem não tivesse se esquecido, antes de mais nada, de respeitar a natureza que existe em seu organismo. A separação do homem do meio ambiente foi vital para o estado de sombras que estamos vivendo.
            Devolver às pessoas as noções simples de gerar saúde é favorecer a libertação do homem. É devolver a cada um de nós o direito sagrado de ser feliz pelo simples fato de ser um membro genuíno da existência universal. Uma unidade perfeitamente capaz de viver em harmonia com seus semelhantes e com toda a natureza.

Molécula do colesterol

Alguns dos seus principais do seus derivados:
CORTISOL                         PROGESTERONA                            TESTOSTERONA


O Livro "The Cholesterol Myths - Exposing the fallacy that saturated fat and cholesterol cause heart disease" de Uffe Ravnskov, MD, PhD, New Trndes Publishing, Inc (O mito do colesterol - a falácia de que a gordura saturada e o colesterol causem doença do coração). foi traduzido pelo dr. José Carlos B Peixoto, que espera em breve poder lançá-lo no Brasil.